Saturday, May 24, 2008

PSD vs. Manuela Moura Guedes

O debate de ontem entre os candidatos à liderança do PSD, transmitido pela TVI, inserido no Jornal Nacional e "supostamente" moderado pela jornalista Manuela Moura Guedes, constitui um dos mais deprimentes espectáculos politico-televisivos dos últimos tempos.
Entre os candidatos, apenas sobressaíram pela positiva, Manuela Ferreira Leite e o surpreendente Pedro Passos Coelho, a velha e a nova escola em confronto directo.
E sobressaíram, por terem sido capazes de fazer aquilo que cabia à jornalista, ou seja, moderar o debate, mas já lá vamos.
Manuela Ferreira Leite, muito igual a si própria, num registo calmo e sereno, sem medo de assumir algumas ideias à partida impopulares, mas sempre dentro da linha de coerência a que nos habituou.
Já Pedro Passos Coelho, defensor de uma política mais liberal, com tudo o que de bom e de mau o termo traz, mas capaz de falar de uma forma clara, o rumo que traçou para a sua campanha e para o país.
Estes foram os únicos candidatos que souberam aguardar a sua vez para falar e nunca se exaltaram ao serem constantemente interrompidos por Patinha Antão e por Pedro Santana Lopes. O primeiro, uma desilusão, esperava mais de uma personalidade do seu calibre. Nunca foi capaz de explicar o projecto que tem para o país e a para o partido, limitando-se a debitar uma série de lugares comuns pouco fundamentados. Já Santana Lopes é aquilo a que sempre nos habituou, charmoso, com um discurso fácil de assimilar, mas sem trazer nada de novo.
Já a nossa Manuela Moura Guedes deu uma triste demonstração de como não se deve fazer jornalismo. Extremamente preocupada em centrar as atenções sobre si própria, gesticulando constantemente, não conseguindo sequer ficar quieta na cadeira, interrompendo constantemente os convidados, na grande maioria das vezes para opinar ou colocar questões completamente acessórias. Eu diria que contabilizados os tempos usados para o debate que conseguiu falar quase tanto como os seus convidados.
Com a carreira e a experiência que tem, não tinha a mínima necessidade de se colocar a naquela posição.

Mário Lima

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