Wednesday, November 13, 2013

Salário mínimo.

Instituído a 27 de Maio de 1974 com o valor de 3300 escudos, o salário mínimo nacional cifra-se neste momento em 485€ mensais em Portugal Continental, variando mas Regiões Autónomas. Ainda que o salário mínimo esteja instituído na grande maioria dos países, existem correntes de pensamento que o acusam de criar instabilidade e deformação económica em trabalhadores com graus de produtividade mais baixa, já os seus defensores dizem que o mesmo reduz a pobreza extrema e miséria entre as pessoas com emprego.
Sem querer emitir uma opinião concreta gostava de deixar aqui algumas reflexões, se de facto a existência de um ordenado mínimo obriga os empregadores a não pagarem abaixo de um determinado patamar permitindo desta forma uma maior equidade entre trabalhadores, Por outro lado, num país em que mais de meio milhão de trabalhadores recebe o salário mínimo, o que corresponde a um total de 12,7%, valor que tem vindo a aumentar desde 2007, não será caso para questionar se a simples existência de um salário mínimo por si só não será uma referência demasiado baixa e aproveitada pelos empregadores para terem uma folha salarial reduzida? Não desvirtuará de certa forma a concorrência na obtenção de mão-de-obra, uma vez que na grande maioria todas as empresas têm o salário mínimo como bitola?
Aceito no entanto que em tempos de crise haveriam concerteza pessoas, que no seu desespero aceitariam trabalhar por salários bastante inferiores ao que está actualmente estipulado e que o simples facto de o não existir nenhum constrangimento legal ao mínimo que uma empresa poderia remunerar os seus colaboradores, poderia ter um efeito ainda mais funesto nos escalões remuneratórios em Portugal. 
Acredito que este debate deveria de ser prioritário em Portugal, pois na realidade é impossível desenvolver uma economia em que 12,7% da sua força de trabalho não consegue ganhar o suficiente para se auto-sustentar sem qualquer ajuda externa.

Friday, May 17, 2013

A água que pode virar lixo

Numa altura em que se discute a cada vez mais forte possibilidade de entregar a gestão das águas e do lixo ao sector privado, o que mais uma vez aparenta ser uma medida desprovida de qualquer tipo de reflexão ou pior, com uma agenda escondida por trás. Vejamos: faz sentido entregar a uma empresa dois serviços que são indispensáveis na vida de qualquer pessoa? De algo que não nos é permitido optar ter ou não ter, ou de algo em que existam várias empresas numa cidade com diferentes tipos de serviços e de preços, estamos a falar de um monopólio legal.
Mais uma vez o Estado irá entregar a grupos de interesse um serviço que deveria ser ele, ou as autarquias a prestar através dos impostos, e ao fazê-lo está não apenas a criar mais um aumento de custos quer para as pessoas quer para si próprio, pois será o que vai acontecer ao serem detectadas as chamadas ineficiências do mercado, irão ser sobretudo as autarquias que terão de transferir dotações dos seus orçamentos  municipais para as corrigir.
Um outro factor é o financiamento pouco claro aos partidos, sobretudo a nível local pois como todos sabemos, a promessa de uma vitória no concurso A, B ou C poderá ser tentadora para muitos grupos menos escrupulosos.
Não, nada me move contra as privatizações, apenas creio que não fã sentido entregar a privados serviços essenciais para as populações, sobretudo serviços que não temos qualquer escolha que nos permita mudar o seu prestador em caso de insatisfação.

Saturday, May 11, 2013

As duas faces da mesma moeda.

No dia em se se joga o campeonato no estádio do Dragão há algo muito mais importante em jogo. Em caso de vitória, o Benfica não apenas ganha o campeonato como tem também uma oportunidade de ouro para quebrar a moral e a hegemonia do F. C. Porto. Em caso de derrota, mostra mais uma vez que apesar de ter melhor equipa não consegue ser superior ao conjunto do norte em termos psicológicos, como ficou demonstrado quando permitiu que o rival fosse à Luz conquistar o título há dois anos, ou seja, pode hoje ser o inverter de um ciclo ou então um pouco mais do mesmo, com o Benfica a ter todas as condições para ser campeão e mais uma vez falhar nos momentos decisivos. Deverá ser esta a principal motivação da equipa logo à noite.
Ainda assim não posso deixar de dizer que aconteça o que acontecer logo e também na quarta-feira, esta está a ser uma grande época padrão Benfica, digo-o agora pois não sei se de futuro terei a coragem e a honestidade intelectual de o dizer, pois temo que o sentimento de tristeza e de frustração me toldem o discernimento.
Termino a dizer que eu acredito!!

Wednesday, May 8, 2013

Carris

Confesso que fico estupefacto com o que vi ontem na televisão, funcionários da carris que desmaiam por falta de alimentação e para os quais é necessário uma espécie de banco alimentar contra a fome Interno para que possam ter as suas refeições. 
Como sou curioso, e sinceramente não tinha os funcionários da Carris entre os trabalhadores mais mal pagos do país, fiz uma pequena pesquisa na internet onde verifiquei que os ordenados dos motoristas é em média 1100€ mês, sendo estes e muito injustamente devo acrescentar, dos que pior ganham dentro da empresa. Não sendo um ordenado chorudo é ainda assim um ordenado que me parece suficiente para não se passar fome. Não digo que não possam existir alguns casos assim na empresa mas daí a ser uma fome generalizada... 
Parece-me uma dramatização excessiva e ofensiva quando temos no país tanta gente desempregada, tanta gente com emprego mas vários meses de salário em atraso e tantas e tantas pessoas a auferirem o ordenado mínimo.

Sunday, February 17, 2013

Alguém contrate um vendedor para o governo

Se o Macnamara tivesse surfado aquela onda numa qualquer praia de Espanha já tinham vendido aquilo como uma marca turística para praticantes de surf internacional. Como foi cá, ficamos todos contentes porque a maior onda do mundo foi surfada em terras lusas - como se as gentes da Nazaré se alimentassem de egos pátrios - não fazemos nada.
Temos tudo, só nos faltam uns vendedores decentes para vender o que muito bom temos por cá.

Friday, January 11, 2013

Entendam-se.

Uma instituição como o FMI, que tem nas mãos a vida financeira de milhões de pessoas dos países intervencionados, deveria falar a uma só voz, não é isso que está a acontecer. Christine Lagarde diz que a austeridade está a ser aplicada de forma algo violenta o que tem dificultado o crescimento económico no qual deveriam apostar doravante, já os seus técnicos continuam a apostar na mesma receita.
Seria importante um esclarecimento do tipo de políticas económicas a seguir para que os povos que têm de viver com elas não só as aceitassem melhor mas também as aplicassem melhor, assim, fica a sensação que tudo o que está a ser feito é baseado em teorias por comprovar e que os sacrifícios (que são muitos) poderão ser em vão.