Friday, February 8, 2008

Cubanos e outros que tais.

Pois é, voltei! Vá confessem, afinal não tinham saudades nenhumas de me lerem. Bolas!
Agradeçam a minha pequena ausência aos exames, nomeadamente à porcaria da contabilidade que me está a dar pano para mangas, mas enfim... Ah, por falar em contabilidade, aproveito para deixar aqui um grande abraço ao Renato pelo apoio que me tem dado na minha nova conquista numérica. Não DEVE - HAVER mais ninguém com tanta paciência como ele.
Bem, mas chega de agradecimentos e justificações, vamos lá então ao que me trouxe aqui esta noite.
É com grande tristeza e sobretudo para as minhas delicadas narinas que tenho verificado que quando saio à noite a minha roupa continua a cheirar a tabaco quando chego a casa (quem é me me manda a mim sair).
Pois é, afinal como se costuma dizer: "a montanha pariu um rato". Para todos nós que almoçamos ou jantamos fora e não dispensamos a "bica" depois das refeições de certeza que já percebemos que afinal de contas está tudo praticamente na mesma, excepção feita para os pequenos cafés e para os centros comerciais.
Já nos bares mais frequentados à noite, a diferença desde a entrada em vigor da lei é de facto nula.
A tão propalada ventilação, se é que existe de moldes diferentes à que já existia anteriormente à lei, é completamente ineficaz. Não só continua a cheirar a tabaco dentro dos estabelecimentos como também deixa todos os frequentadores destes mesmos espaços com o que eu chamo de síndrome D. Sebastião, porque quando estamos sentados nos cafés e a porta abre o "nevoeiro" que está lá dentro é tanto que ficamos sempre à espera que o D. Sebastião entre e nos venha livrar do "Engenhocas" Sócrates. Infelizmente é muito nevoeiro e pouco D. Sebastião.
Parece-me sinceramente, que para fazer uma lei destas teria sido preferível não fazer nenhuma e deixar as coisas como estavam, porque se o objectivo era melhorar a qualidade do ar que respiramos, FALHARAM REDONDAMENTE!!
Para que a lei fosse de facto eficaz teria de ter havido a coragem política de proibir totalmente o consumo de tabaco nos espaços públicos fechados. Teria sido muito mais eficaz, e sobretudo muito mais justo para todos os proprietários dos estabelecimentos.
É que tenho a sensação que a nossa querida ASAE só trabalha de dia, pois só os estabelecimentos diurnos cumprem. Já os nocturnos... É que basta um não estar a cumprir para existir a reacção em cadeia no incumprimento. Se eu tivesse um bar e o meu vizinho deixasse fumar lá dentro eu concerteza que também deixaria fumar no meu bar sob pena de perder a grande maioria dos clientes que nestas coisas de sair à noite a maioria do pessoal fuma, mesmo os que não fumam regularmente por vezes atrás da cerveja e do uísque também fumam o seu cigarrinho.
Voltando à proibição total, é certo que os fumadores como o Miguel Sousa Tavares diriam que estavam a ser discriminados e etc.
Oh Miguel, a malta não te estaria a discriminar, estaria sim a discriminar o teu fumo e não a ti. Vou tentar explicar-te, tu até és advogado e devias de saber estas coisas, estarias a ser discriminado se não te deixassem entrar ou permanecer num determinado espaço público. Ora isso não acontece. Estão apenas a impedir-te de fumar nesse espaço, como aliás já é feito em vários outros espaços sem que tu tenhas dito as barbaridades que tens dito. Impedem-te de fumar como te impedem de entrar despido num sítio, no fundo vai dar ao mesmo. Ou seja o cidadão não está de forma alguma a ser descriminado, a nossa constituição está desta forma a ser respeitada, coisa que segundo o teu ponto de vista não estaria. Quem diz isto é na verdade um gajo que te admira (apesar de seres Portista), gosto dos teus livros e gosto das crónicas que escreves no "Expresso", e custa-me ouvir-te como dono da verdade a defender uma posição do meu ponto de vista indefensável. Não te tiro claro o teu direito à indignação. É por gostar de ti que te vou descriminar.
Ufa, andava com esta cá entalada há muito tempo. desculpem.
Para terminar, gostava de dizer que não sou anti-tabagista, afinal de contas já fumei e estou incluído no grupo da malta que quando sai à noite até gosta de fumar o cigarrinho com a cerveja e com o uísque, mas de facto parece-me que os espaços livres de fumo se tornariam de facto muito mais agradáveis e sobretudo saudáveis. Permitiria até que crianças (acompanhadas pelos pais) e grávidas frequentassem estes espaços com muito mais à vontade que o fazem actualmente.

Beijos e abraços.

Mário Lima