Wednesday, October 8, 2008

Crise

Já comecei este "post" por quatro vezes e ainda não consegui encontrar as palavras certas para falar deste tema.
O tema é complexo e existem milhões de pessoas no mundo com muito mais competência e saber do que eu para falar nestas coisas. No entanto não consigo deixar de dar mais uma colherada para o muito que se tem dito e escrito acerca do tema, mesmo correndo o risco de ser repetitivo.
As políticas de capitalismo selvagem e de cariz neo-liberal tornaram o mundo num sítio pior para se viver. Vivemos actualmente num mundo em que o dinheiro existente circula por cada vez menos pessoas, o que levou a um estrangulamento da economia com as consequências que se conhecem e que não vale a pena enumerar.
As empresas que têm lucros imorais, são as mesmas que pagam salários miseráveis aos seus empregados e os acusam de serem improdutivos ,sem terem ao menos a decência de investir uma parte destes lucros para tornar as empresas mais competitivas, o que interessa é engordar ainda mais as contas dos accionistas enquanto a empresa aguentar, quando deixar de aguentar, fecha-se a porta e assunto resolvido.
Com governos mais preocupados com os empresários que os elegem do que com a população que juraram servir, caminhamos a passos largos para o abismo e ao contrário do que dizia o saudoso João Pinto a decisão correnta não é dar um passo em frente, mas sim muitos atrás.
O caso dos Estados Unidos é disso exemplo. Um sistema que permite que os mesmos gestores que levaram os principais bancos à falência durante a sua gestão, ainda recebem prémios bilionários de desempenho. Quando isto acontece algo de estranho se passa no mundo.
O chamado plano Paulson, é aparentemente a única forma de salvar o actual sistema, uma vez que vai reolver os problemas de falta de liquidez com que os principais bancos se debatem. Da minha parte, temo que se trate mais de um passo em frente do que de muitos atrás, na medida que a mensagem que corre o risco de passar é: continuem, quando voltar a correr mal (e vai voltar a correr mal), cá estaremos para vos dar a mão.
É urgente que os centros de poder e de decisão façam uma reflexão profunda e pensem o rumo que querem dar ao mundo, caso contrário terá de ser o povo a dizer basta!

Mário Lima