Tuesday, December 25, 2007

Feliz Natal!!

Oh oh oh...
Aproveito este "post" para desejar a todos os meus amigos e família um feliz Natal cheio de amizade e coisas boas para serem desfrutados juntos daqueles que mais gostam.

P.S. O Rudolfo ainda não conseguiu conquistar a "boa" da Popota. LOL.

Mário Lima

Thursday, December 20, 2007

Revolta

Foi com uma enorme tristeza e com um profundo sentimento de revolta que li esta manhã a notícia que o Benfica não iria renovar o contrato com o lateral esquerdo Léo.
É verdade que ao longo da história do clube muitos foram os grandes jogadores que entraram e saíram do clube e o mesmo não acabou por isso. No entanto, os contornos que envolvem esta situação com Léo fazem-me ter vergonha da direcção do Benfica.
Nos três anos em que vestiu a camisola do Benfica, Léo foi sempre dos melhores jogadores em campo em todos os jogos. Claro que também teve jogos que lhe correram menos bem, no entanto foi sempre um dos jogadores mais inconformados e com mais garra para dar a volta aos jogos quando estes não estavam a correr bem.
Foi um jogador que sem estar a pedir nada a ninguém (até porque não precisava), sempre declarou o seu amor ao clube, chegando mesmo a declarar que só não renovava se o clube não quisesse, pois o Benfica era a sua casa.
Já sei que os defensores do Sr. Vieira vão dizer que o jogador pediu muito dinheiro e que já tem 32 anos e etc. Não é verdade que o Benfica tem dinheiro para dar a jogadores que num ano não conseguem lutar nem correr o que Léo corre durante um só jogo, e se é verdade que já tem 32 anos a correr não parece nada... Lembram-se do Rui costa?!
A minha tristeza prende-se não apenas pelo Léo, mas pelas várias situações em todo semelhantes a esta que têm acontecido no Benfica ao longo dos anos, e depois lá vem o Sr. Vieira dizer na praça pública que o jogador só estava interessado no dinheiro e que não tinha amor à camisola, enfim, os "bitaites" do costume que os idiotas engolem.
Por tudo o que Léo fez pelo Benfica merecia pelo menos que o seu empresário tivesse sido recebido pelo Presidente e que a sua proposta fosse no mínimo analisada, mas ao que parece o homem esteve em Portugal uma semana e os encontros foram sendo sucessivamente adiados pela Direcção do Sport Lisboa e Benfica, numa atitude no mínimo deselegante.
Até hoje estava convencido que esta direcção era apenas incompetente e que quanto a isso não havia volta a dar, agora parece-me haver não só pessoas mal formadas como também mal intencionadas e que por isso não merecem nem o apoio nem o respeito dos benfiquistas.

Mário Lima

Sunday, December 2, 2007

Ai, ai a bola...

Fim de semana triste o meu...
O Glorioso foi comido pelo Lelo, bolas, logo pelo sacana do Lelo...
O maluco andou pelo estádio a correr que mais parecia o Obikwelu. Tadinho do Léo, parecia que andava numa cadeira de rodas. Nem as porradas do nosso grande David Luiz impediram o homem de vender a bela da camisola contrafeita ao Quim.
Ficou triste a águia vitória e fiquei eu. A sorte é que tenho mais seis milhões a chorarem comigo.
Ao que parece o Nulo Gomes discutiu com o ingrato Jesualdo, a coisa não terá chegado à violência porque o Nulo teve o bom senso de perceber que se não acerta numa porra duma baliza que é tão grande como é que conseguía acertar um murro no professor anoréctico. Ainda bem que nem tentou, poupou-se a si próprio mais uma vergonha.
A propósito de acertar, a nossa selecção já sabe com quem vai jogar no próximo campeonato euro-asiático, sim, euro-asiático, se vamos jogar com a Turquia que só tem uma "coisinha" de Europa deveria ser este o nome do campeonato.
Ah, mas como eu dizia, a propósito de acertar, acertámos no país onde vamos jogar, e que pontaria, conseguimos acertar logo na Suíça que é muito mais pequena do que a Áustria, e como bónus recebemos um pacote de cerca de 90.000 emigrantes Tugas enraivecidos para dar apoio ao Scolari e comprarem roupa ao Quaresma. Com um bocadinho de sorte ainda há para lá umas cabeleireiras malucas para cortarem o cabelo como deve de ser ao Bruno Alves.
A pontaria foi tanta, que não só vamos jogar na Suíça como contra a Suiça, aquilo vai parecer uma espécie de Portugal dos pequeninos. Com alguma sorte deixamos lá o Sócrates a governar aquilo e trazemos políticos a sério para cá. Se eles quiserem vir, claro, coisa que eu dúvido.
O outro adversário que vamos ter de defrontar é a República Checa, mas desta vez estou certo que vamos ganhar ao que parece o Poborsky já não joga na selecção e sobretudo o Baía pendurou as luvas. Ah, bolas mas temos lá o Ricardo...
Bem, mas não há-de ser nada.
Ok, não batam mais no ceguinho, prometo que para a próxima tento escrever algo mais a sério. mas aquela trivela do Quaresma ontem deixou-me sem disposição para coisas sérias, daí ter desenrolado este rol de baboseiras.
Um grande abraço.

Mário Lima

Saturday, November 17, 2007

Uma semana.

Terminou a minha primeira semana de trabalho no novo emprego. Confesso que não tem sido fácil.
A adaptação a novos horários, a novos colegas, enfim, a um tipo de trabalho que completamente diferente do anterior. No entanto o que me tem estado a custar mais é passar tanto tempo fora de casa, coisa que não estava nada habituado, pois o meu horário anterior permitia-me estar bastante tempo em casa e ter bastante tempo para tudo.
Tenho sentido saudades de tudo, de casa, da Guida, da minha mãe, do Dani, de Abrantes...
Mas nem tudo tem sido difícil, o ambiente de trabalho parece-me ser óptimo, os patrões parecem-me bastante empenhados em darem-nos todas as condições necessárias para podermos trabalhar, uma realidade muito diferente daquela a que estava habituado.
Tenho ainda muito a aprender acerca de tintas e afins, mas os colegas e patrões têm sido extraordinários na ajuda que me estão a dar.
Espero que tudo continue a correr bem, e sobretudo que me adapte depressa a esta nova realidade.

Mário Lima

Tuesday, November 13, 2007

Nova etapa.

Escrevo estas poucas linhas para vos dar conta que dei ontem início a uma nova etapa na minha carreira profissional.
Saí de trás do balcão do Hotel de Turismo para me por atrás do volante de um carro da Glosscar Lda.
Ando neste momento a saltar de oficina em oficina a tentar vender produtos de pintura automóvel. É um desafio novo numa empresa jovem e cheia de vontade de crescer.
Espero que tudo corra bem. Desejem-me sorte amigos.

Mário Lima

Thursday, November 1, 2007

Comedor de sardinhas.

Após as declarações do embaixador português em Londres António Santana Carlos, numa entrevista à revista "Times" nas quais se afirmava preocupado com as acusações entre Portugueses e Britânicos a propósito do "caso Maddie", afirmou que em geral no que diz respeito a raptos Portugal é um país mais seguro do que a Inglaterra. Tony Parsons, cronista do jornal britânico "Daily Mail" à falta de melhor argumento, limitou-se a mandar o nosso embaixador "fechar a boca estúpida e trituradora de sardinhas".
Pois, eu enquanto orgulhoso triturador de sardinhas, não me sinto minimamente ofendido, sobretudo por um fulano que atinge o seu "Zen" gastronómico a beber chá e a comer "Fish n' chpis" - peixe frito com batatas fritas.
Quem se lembrar de algum contributo gastronómico de relevo dado por Ingleses é favor deixá-lo aqui nos comentários.
Se o melhor que estes tipos conseguem fazer para nos ofender é chamar-nos trituradores de sardinhas, estamos mal. Então eles não sabem que a sardinha é um peixe rico em ferro sendo por isso um alimento saudável e que faz bem ao cérebro. Pois é, se os Ingleses comessem mais sardinhas e bebessem menos chá, talvez não escrevessem tanta parvoíce. Para além disso, a sardinha é também um alimento rico em ômega-3 considerado um factor de prevenção de AVC's e ataques cardíacos, algo que recomendo vivamente aos ingleses depois de verem que até um frangueiro como o Ricardo até sem luvas defende um penalti marcado por um pé torto Inglês. Resultado final Sardinhas 1 - Chá das cinco 0, vencem os Lusitanos.
Sinceramente, já não há paciência, para estes jornalistas ingleses, é que os tipos já nem nos conseguem fazer um ataque decente, daqueles de valha a pena defender-nos. Eh pá, podiam ao menos dizer que éramos uma província de Espanha, ao menos disso a malta defendia-se. Ah, mas isso podia chatear os Espanhóis o que era mau, os tipos ainda se punham a comparar a Leticia com a Camila e já se está a ver a ver quem ficava a perder...
Juro que tentei escrever uma coisa séria sobre os Ingleses, juro que me fartei de procurar coisas sérias e inteligentes, mas não fui capaz... A única coisa inteligente de que me consigo lembrar nos últimos tempos em Inglaterra é do Mourinho! Ah, e até do Cristiano Ronaldo... Ok, pronto, isso também não.
Em suma, para os Ingleses serem uns gajos mesmo porreiros, só lhes "falta um bocadinho assim..." para serem Escoceses.

Mário Lima

Saturday, October 27, 2007

Iber... Chicos

Tenho andado um bocado inquietado nos últimos tempos com os pais portugueses. Sempre que ligo a televisão lá vem um anúncio a fraldas ou a dentífricos recomendado por uma instituição espanhola. Isso deixa-me de facto inquieto, é que das duas uma, ou não existem em Portugal instituições capazes de recomendar uma fralda, ou pura e simplesmente preferimos que sejam os espanhóis a impedir o nosso mau hálito. Enfim...
Mas afinal que raio de pais somos nós?! Já não bastava mandar-mos os putos irem nascer a Badajoz agora também queremos que sejam eles a mudar-lhes as fraldas?! Pelo andar da carruagem, quando forem mais crescidos também queremos que sejam eles a lavar-lhes os dentes. Acho que andamos a abusar da paciência deles...
Ah, já me esquecia, os putos agora não são portugueses, são "Ibéricos".

Mário Lima

Thursday, October 18, 2007

Lobinhos.

Devo de confessar que já ando sem paciência para tanto uivo em volta da nossa selecção nacional de rugby mais conhecida por "Lobos".
Não é que não reconheça o bom trabalho que foi feito ao tornarem-se a primeira selecção amadora a chegar a um mundial, mas sinceramente, parece-me que tanto alarido em torno de uma equipa que nem sequer cumpriu nenhum dos objectivos a que se propunha no mundial é um manifesto exagero.
Toda a festa, livros, palmadinhas nas costas etc. são o reflexo de uma nação que não só se contenta com pouco, mas também assume de facto a sua pequenez e todas as suas limitações, limitações essas que são na grande maioria das vezes mais psicológicas do que reais.
Um dos grandes argumentos usados para enaltecer os lobos é o contraponto com o futebol, diz-se que os futebolistas ganham milhões e estes coitadinhos não ganham nada e... cantam o hino como ninguém. Francamente. Se o único mérito que conseguem atribuir a uma equipa nacional é a forma como canta o hino, metam a Mariza a cantar o hino e a "levar" com a Nova Zelândia em cima. Pois, só que estes "coitadinhos" também são todos oriundos de estratos sociais bastante elevados. Não me lembro de ver nenhum padeiro ou algum pedreiro na selecção.
Porque é que em vez de tantas palmadinhas nas costas e tantas felicitações não se criam as condições para que estes jogadores possam evoluir para profissionais, criando infraestruturas para treinos? Porque não abrir a modalidade à generalidade da população? Esse sim, era o prémio justo e merecido.
É que os mesmos que hoje felicitam amanhã esquecem.

Mário Lima

Tuesday, October 16, 2007

Doris Lessing, "pode alguém ser quem não é?"

No passado dia 11 de Outubro o comité Nobel decidiu atribuir ao Prémio Nobel da Literatura à Britânica Doris Lessing. Doris, nascida no dia 22 de Outubro de 1929 na antiga Pérsia (actual Irão), e criada na antiga Rodésia (actual Zimbabué).
Aos 87 anos de Idade, recebeu a notícia pelos jornalistas que a abordaram quando esta chegava a casa vinda das compras.
Escritora sempre inconformada e que sempre assumiu as suas convicções como o feminismo e os direitos humanos, algo que nunca lhe granjeou grandes admiradores, até devido ao seu forte sentido de justiça.
Dotada de forte personalidade, e sempre determinada, enviou, quando já era uma escritora de renome, um texto inédito ao seu editor sob a capa de um pseudónmimo, texto esse que viria no entanto a ser rejeitado, por suposta falta de qualidade. Esse mesmo texto seria mais tarde publicado. Com esta atitude, Doris Lessing denunciou o que ela chamou de podridão no mundo literário e também na sociedade em que vivemos, onde apenas o dinheiro consegue atrair dinheiro.
Acho que dá que pensar...

Mário Lima

Wednesday, October 10, 2007

Verde alface.

Quem trabalha numa filial de uma empresa com sede em Lisboa ponha o dedo no ar.
Nunca se sentiram os parentes pobres dessa mesma empresa? Nunca se sentiram discriminados em relação aos colegas da capital? Pois é, acredito que sim.
Quantas vezes precisaram de algum tipo de equipamento e em vez de a empresa adquirir equipamento novo receberam o equipamento que a sede já não quer porque acham que se é para a filial de fora de Lisboa "serve bem".
Pois é, infelizmente isto acontece na grande maioria das vezes. Até os próprios colegas têm por vezes atitudes para com os colegas de fora de Lisboa de alguma sobranceria e superioridade, acredito que nem se apercebam, afinal, já está nos genes...
No fundo, são pequenos exemplos do que se passa no país, a nível industrial, económico, político e até social.
Isto tudo para tentar perceber o porquê das cada vez mais acentuadas assimetrias que existem entre litoral e interior e sobretudo entre a região da grande Lisboa e o resto do país.
Os sucessivos Governos que nos têm (des)governado ao abrigo de interesses eleitorais, têm cedido de uma forma despudorada aos interesses alfacinhas, pois é, de facto,
de um universo total de 8.792,187, 1.909,504 encontram-se em Lisboa, segundo dados de 2006 publicados pela CNE - Comissão Nacional de Eleições, mais 462.554 eleitores que o Porto, o que torna a invicta a única cidade capaz de reivindicar alguma coisa junto do Governo. Santarém tem por exemplo 401.102, o que a torna mais "pobre" em termos eleitorais em 1.508, 402 cidadãos votantes do que Lisboa.
Desta forma, para ser eleito, basta ganhar Lisboa, tirar algum partido através dos "rebuçados" que vão sendo dados ao Norte e tirar o maior proveito possível dos militantes partidários das outras regiões.
E como é que se ganha Lisboa, da maneira que vamos vendo todos os dias. construindo um metro na margem sul do Tejo que ninguém utiliza, terminando a linha azul até ao Terreiro do Paço, uma obra que ainda está por provar a sua real utilidade, ao que parece querem fazer ainda uma nova ponte sobre o Tejo, quando a própria Vasco da Gama não apresenta normalmente congestionamento, etc... Ou seja, melhorando a cidade de Lisboa e esquecendo o resto do país.
Todas estas obras acima citadas, e outras tantas dariam para pelo menos dar alguma qualidade de vida a populações do interior às quais hoje em dia já nem lhe é permitido ficarem doentes, muito menos nascerem nas suas terras.
Esta cegueira eleitoral ataca até mesmo os poucos não Lisboetas (quando me refiro a não Lisboetas, não me refiro apenas a pessoas que não tenham nascido na capital, mas que ao não terem lá nascido, foram lá criadas) que chegaram ao poder nosso país. Foi a amnésia Lisboeta que levou Cavaco silva a esquecer que era um filho de Boliqueime, que levou Sócrates a esquecer que era Beirão. Aliás, o próprio acto de ver Sócrates a votar na Covilhã é tão hipócrita como eleitoralmente conveniente.
Também é verdade que por serem em maior número, são também os Lisboetas que contribuem com a maior fatia de impostos para o Estado, no entanto, nos estado em que estamos, é urgente uma discriminação positiva para o resto do país. Não, não me refiro a tirar de um lado para por noutro, refiro-me apenas a uma distribuição mais equilibrada de meios quer logísticos quer financeiros para todo o país.
A primeira regra para um governo conduzir bem os destinos do país é conhecer a realidade social, industrial e económica. Conhecer a forma como as populações distribuídas pelos quatro cantos do país e pelas regiões autónomas vivem é imperativo para responder de forma adequada às suas necessidades. E essas necessidades só podem ser conhecidas, estando no local e não passando apenas para inaugurar mais uma obra.
Infelizmente não é o que acontece, e por isso, vivemos num país em vias de desenvolvimento com uma capital de 1º mundo.

Mário Lima

Tuesday, October 2, 2007

Santana Vs. Mourinho

Anda este cantinho à beira-mar plantado num razoável reboliço porque o nosso amigo "Santinix" - mais conhecido por "the night train... da Figueira" do que por ter passado com o rabo a correr pela cadeira do poder do palacete de S. Bento - se ter levantado (ainda mais a correr do que de S. Bento) da cadeira dos estúdios da SIC Notícias por entender que esta teve o desplante de o interromper para transmitir a chegada de "O especial" - agora que já cá está podemos dizer assim - ao aeroporto.
A malta da política mesmo os que sempre detestaram Santana aplaudem, porque acham inadmissível um político, qual ser supremo e acima de todos os outros comuns mortais deste sítio por eles tornado cada vez mais mal frequentado, ser interrompido, ainda por cima por um qualquer "inergumeno" treinador do célebre jogo.
A malta da bola também se indigna contra Santana, já estavam fartos de ouvir falar de assuntos sérios e gostaram da interrupção para poderem parar de pensar um bocadinho.
Não me parece estar aqui em causa um choque de titãs nem tão pouco um jogo de dominó entre a politica e o mundo da bola, como ambos os lados da barricada têm vindo a defender.
Para mim, Santana agiu bem, já o motivo pelo qual o fez fica para ele um dia se quiser explicar, e agiu bem não por ser uma figura mais importante do que Mourinho ou porque a política seja mais importante do que a bola mas sim pela relevância das temáticas em causa, senão vejamos, Santana falava sobre as eleições no PSD, que quer queiramos quer não é um assunto que para o bem e para o mal interessa a todos os portugueses mesmo aos mais desinteressados, e é interrompido em directo pela simples chegada ao aeroporto de José Mourinho, que mais não fez do que chegar a Portugal, como aliás faz tantas vezes, ah, já me esquecia, desta vez está mais rico. Não ouve grande entrevista, não foi dito nada sério nesse directo, desta vez nem teve uma das suas fantásticas "tiradas", nada, vimos apenas "O especial" a dizer que ia descansar e seguir a sua vidinha.
Se a entrevista tivesse sido interrompida por exemplo quando Mourinho havia sido despedido e fosse fazer uma declaração em directo, eu compreendia, tratava-se de uma notícia de última hora, com algum impacto jornalístico até por constituir uma surpresa. A SIC Notícias que sem dúvida é uma referencia no plano informativo nacional e que sem dúvida faz um acompanhamento em tempo real desta vez cedeu ao voyourismo barato e interrompeu um assunto importante para passar um outro que sinceramente não me interessa para nada, e ainda que fosse passado à pressão entre outras notícias num dos blocos informativos continuaria a ter para mim o mesmo interesse, ou seja, zero.

Mário Lima

Friday, September 28, 2007

Outra vez Abrantes.

São 21:45, acabam de voltar ao hotel um casal de turistas alemães que chegaram aqui por volta das 18:00. Pediram-me um mapa e que lhes indicasse como chegar ao centro e o que podiam ver em Abrantes, assim como um bom restaurante para jantar, e partiram à descoberta da nossa cidade.
Quando entraram, perguntei se tinham encontrado o restaurante, responderam-me que sim, que tinham gostado muito do restaurante mas que nunca tinham estado numa cidade assim e que não compreendiam como se podia viver assim no centro da cidade. Perguntei porquê, responderam que não existe nada no centro da cidade, nem cafés, nem bares, nem restaurantes, nem o que eles chamam de pequenos mercados, que penso serem as nossas mercearias ou mini-mercados e muito menos gente nas ruas.
Disseram ainda que a cidade não era minimamente aprazível para os turistas pois, procuraram informações turísticas em vários pontos da cidade sem nunca as encontrarem pois o posto de turismo já se encontrava fechado. Não conseguíram encontrar placas indicativas dos monumentos e igrejas em local algum. Ainda tentei argumentar que a má impressão que tinham da cidade se devia a não conhecerem os sítios onde podiam ir e daí a fraca opinião com que tinham ficado, ao que eles responderam que a ideia é exactamente não conhecer mas ficar a conhecer, mas que para isso são necessárias indicações.
Não podemos pedir a um alemão que encontre o Castelo ou a Igreja de S. Vicente.
Sendo certo que não se pode agradar a toda a gente, é certo que todas as críticas que este casal fez são verdadeiras.
Devo de dizer que a maioria das pessoas gosta da cidade e da sua beleza, mas todas as críticas feitas pelo referido casal são comuns à maioria das pessoas, em particular à falta de comércio e de vida social. E é por serem comuns que deveriam estar perfeitamente identificadas por quem decide e já deveriam estar resolvidas e não estão, e não é pelo facto de existirem coisas bem que se vai deixar de resolver o que está mal.
De nada serve termos um belíssimo património se não andam pessoas na rua para o apreciar e se quem o quer apreciar não o encontra.
É urgente repensar o que queremos para a nossa cidade e sobretudo para o centro histórico, que de dia para dia se vai tornando cada vez mais moribundo. É certo que está bastante bem arranjado e até planeado eu diria, e nesse aspecto a câmara parece-me ter feito um bom trabalho. Há quem critique a não circulação de automóveis no centro histórico, mas o que é certo é que existem três bons parques de estacionamento em volta do centro em que de qualquer um deles facilmente se acede ao centro, e podemos circular nos pontos nevrálgicos. No entanto, a sensação que fica a quem conhece o plano que levou à remodelação e reestruturação do centro histórico é que o trabalho que envolvia obra foi todo feito e em geral bem, mas o chamado trabalho de cepa e de desenvolvimento e planeamento estratégico ficou na gaveta. Onde estão as salas de cinema planeadas para a rua da garagem dos claras? Onde estão as chamadas lojas âncora que a câmara pretendia atrair para a cidade à razão de pelo menos uma por cada rua? Onde andam as pessoas??? Porque razão a pouco e pouco a maioria dos serviços tem sido afastada do centro da cidade (excepção feita à repartição de finanças).
Para quando um levantamento sério das necessidades comerciais da cidade que permitiria constatar que tipo de comércio existe em excesso e qual é o que está em défice permitindo desta forma a criação de uma espécie de "bolsa" comercial em que seriam incentivadas as actividades comerciais que faltassem através quer de subsídios quer de apoios ao nível burocrático na obtenção de licenças. A criação desta "bolsa" se bem aplicada constituiria um forte apoio a quem pretendesse investir no centro da cidade.
Projectos como o novo "Insitu" podem parecer muito bonitos no papel mas de pouco servem se depois não existirem placas indicativas quer dos monumentos quer das principais actividades comerciais procuradas por quem nos visita, e servem ainda de menos se as referidas máquinas estiverem desligadas como têm estado.
Cada vez menos pessoas moram no centro da cidade e cada vez têm menos motivos para o fazerem, as casas são as mais caras da cidade, não existem escolas, supermercados etc.
O centro histórico precisa de uma revolução cultural, comercial e social sob pena de se tornar cada vez mais num deserto, belo, mas sem vida, e muito menos sem oásis pelo meio.

Beijos e abraços

Mário Lima

Sunday, September 16, 2007

Mike Scolari Ali

Que pena!!!!
Que pena Scolari não ter acertado no desgraçado do Sérvio. Agora vai ser castigado e nem teve o prazer de esmurrar o "balcânico" rosto de Dragotinovic (com um nome destes só pode ser uma nova contratação do Pinto da Costa. Imaginem Dragotinovic, qual Eragorn de Dragão ao peito).
O que é um facto é que o nosso "herói" só não enfiou a referida "pêra" (não sei rocha se outra qualidade qualquer), pela cara do Sérvio dentro porque este, vil e mesquinho se esquivou, diga-se com mestria. Sacana...
Pobre Scolari, ele apenas tinha estado a ver no dia anterior o episódio da série "Nip Tuck", e à falta de bisturi, resolveu reconstruir o nariz ao Sérvio com as suas próprias mãos, numa interpretação livre do que ele acha que deve de ser um nariz perfeito e "aquilino".
Não percebo porquê tantas críticas à atitude do seleccionador, afinal, ele apenas livrou o Sérvio de ter a família inteira do Quaresma atrás dele...
Repararam nas trompetas celestiais que tocavam na altura da conferência de imprensa em que com o ar mais natural do mundo, Scolari negava aquilo que todos tinham visto. Afinal ele quer é transformar o Estádio de Alvalade num mega franchising da MultiOpticas (o local ia ter mais sucesso do que no futebol), pois acha que tem ali um enorme mercado de pessoas a verem mal e a precisarem de óculos, estou convencido que ia ganhar ainda mais dinheiro...
Esteve bem depois, com a Judite de Sousa, já teve a atitude correcta ao pedir desculpa a todos nós que lhe pagamos o chorudo ordenado.
Da minha parte está desculpado da parte da "pêra", coitado, o homem passou-se e também tem esse direito. Também está desculpado porque finalmente consegui ver um telejornal a abrir sem falar na Maddie (só me apeteceu beijá-lo por isso), só não desculpo é o facto de não ter acertado no homem, assim ele ia ver como é dar um murro bem dado em "frontaria" Sérvia, e ficaria pelo menos satisfeito durante o castigo. Quanto ao Sérvio, ia ver o que era ser esmurrado na lingua de Camões, já devia de saber que ninguém se mete com o Quaresma sem que alguém o venha defender. Também não lhe desculpo o facto de me querer mandar à MultiOpticas, afinal eu sou um cliente satisfeito da Optivisão pois vejo bastante bem...

Mário Lima


Thursday, September 6, 2007

Parabéns!!!!!!

Hoje faz anos a namorada mais querida, mais linda, mais fofinha e tudo e tudo e tudo... Ou seja: a minha!!!!

Parabéns Guida!!
Espero que continues a fazer anos ao meu lado...


Sunday, September 2, 2007

Bons exemplos.

A revista "Domingo" publicada juntamente com o jornal "Correio da manhã", publica hoje a história de cinco administradores da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, na qual está incluído o Hospital Pedro Hispano, que prescindiram da aquisição de cinco viaturas (uma para cada um dos administradores), de forma a trocar o valor dessas mesmas viaturas (cerca de 35 mil Euros para cada viatura), por vários equipamentos hospitalares que consideravam estarem em falta na sua unidade de saúde, nomeadamente equipamento para a unidade de neurocirurgia.
Ao que parece, este não é sequer o primeiro ano em que o fizeram. Este ano adquiriu mais mediatismo por ter sido adquirido equipamento mais completo. Nos outros anos segundo eles o mesmo dinheiro foi gasto em despesas correntes.
Estes administradores só recebem a compensação pelos Kms. feitos nos seus carros pessoais em deslocações superiores a 100 Kms. Conta um dos administradores que ao chegar a Lisboa a uma reunião no Ministério lhe perguntaram por brincadeira se tinha vindo a pé...
Estes administradores tomaram esta atitude por considerarem que com este gesto estariam a ajudar a salvar vidas. Não se considerando de nenhuma forma prejudicados, por segundo os mesmos ganharem "o suficiente para não terem de andar a pé".
Num país onde o Estado teima em não saber definir prioridades para uma distribuição justa dos orçamentos que são fruto dos impostos que "quase" todos nós pagamos, fica o exemplo de consciência e de cidadania dado por estes SENHORES.
Só para terminar, gostava de salientar que estes cinco administradores são constituídos por três médicos, um enfermeiro e uma economista.

P.S. Acabaram-se as férias. Que desgraça...

Até um próximo post.
Beijos e abraços:

Mário Lima

Wednesday, August 15, 2007

Ser Benfiquista... Outra vez.

Num "post" aqui publicado no dia 28 de Maio terminei a dizer que esperava engolir no final da época que aí vem "engolir" tudo o que tinha escrito e estar a festejar o título de campeão nacional. Ora, a época ainda nem começou e já me parece difícil vir a "engolir" essas mesmas palavras. Sei que ainda é prematuro, mas quando se olha para a gestão do plantel não podemos deixar de estar apreensivos.
O nosso Presidente mais parece um papagaio, sempre a falar do apito dourado. Preferia vê-lo preocupado com a gestão do clube que ultimamente tem estado esquecida.
Outra coisa, que raio de Presidente é que num plantel que só tem três centrais, em que um deles já estava lesionado e o outro lesionou-se ontem, diz que o treinador já lhe disse que não precisa de mais um central? das duas uma, ou o Presidente mente ou o treinador é incompetente, e nenhuma das situações é boa.
O que se passa com Andersson?
Porque motivo todos os anos um dos jogadores fulcrais do plantel sai de uma forma forçada?
O que é que se passa quer ao nível do preparador físico e do departamento médico? Os jogadores continuam a não conseguir correr. Porque é que a época ainda não começou e já temos quase meia equipa no estaleiro?
Como diz o meu amigo Renato e bem, que raio de Presidente diz que "ia lá adivinhar que pagavam aquilo pelo homem?!"
A minha apreensão em relação à próxima época não se prende com a saída dos jogadores, prende-se sim com a falta de profissionalismo que parece imperar no departamento de futebol do Benfica.
Se é certo que não morro de amores por Fernando Santos, também é certo que neste momento ele me parece o menos responsável pelos insucessos presentes e futuros. Planeou a época com determinados jogadores que o Presidente garantiu que ficavam e de um momento para o outro saem, em troca recebe jogadores que ele próprio diz que não conhece.
A única atitude coerente que devia tomar era demitir-se.
Uma última palavra para Manuel Fernandes, vai para o Everton? O que é o Everton?
Com esta transferência só demonstra uma de duas coisas: ou é monetariamente ganancioso não se importando desta forma de ficar a perder no plano desportivo ou é realmente algo imponderado, senão vejamos, ficava esta época no Benfica e fazia uma grande campanha na Liga dos Campeões e dava o salto para o ano que vem para um clube de outras dimensões que lhe garantisse não só um bom contrato mas também algumas ambições desportivas.

Beijos e Abraços
Mário Lima

Saturday, July 21, 2007

ADACA

Com a abertura do novo Canil/Gatil Intermunicipal de Abrantes, Constância e Sardoal, a ADACA - Associação de Defesa dos Animais do Concelho de Abrantes, já disponibiliza "online" através do seu site http://adaca.no.sapo.pt uma lista com fotografias dos animais que tem disponíveis para adopção. Dispõe ainda de um serviço de tratamento de animais para pessoas que vão de férias. Está muito simples mas é bonito e bastante funcional.
Não deixem de o visitar, sobretudo se estiverem interessados em adoptar um "amigo".

Beijos e abraços do vosso amigo:


Mário Lima

Wednesday, June 27, 2007

Porque que não nos deixam trabalhar?

Afinal Manuel Pinho tinha razão. Tinha razão quando na sua visita à China disse aos líderes Chineses que podiam ir para Portugal, que os salários eram baixos, etc. O nosso Ministro da Economia parecia já estar ao corrente das alterações que o nosso "amigo" José Vieira da Silva, Ministro do Trabalho e da "Solidariedade" Social (de solidário tem muito pouco, pelo menos com os trabalhadores) se preparava para propor ao código do trabalho, no famigerado livro branco.
Esta proposta de alteração contém uma série de propostas seriamente preocupantes, como por exemplo a alteração do horário de almoço de uma hora para apenas meia hora, a diminuição do período de férias de 25 para 23 dias, a diminuição de salários e a introdução de horários sem restrições, entre outras aberrações.
Esta proposta irá sem dúvida agradar ao tecido empresarial (passam a pagar menos e nós passamos a trabalhar mais) que de alguns anos para cá tem vindo a reivindicar estas medidas, como forma de tornar a nossa economia mais produtiva e mais competitiva.
Estas alterações à lei laboral já vêem a ser planeadas discretamente à algum tempo atrás. À muito tempo que vários empresários, "opinion-makers", políticos, etc. repetem com a voz embargada, e em tom do mais grave alerta, que os salários são demasiado elevados para o que se produz, ou seja, os gestores desresponsabilizam-se pelos maus resultados das empresas que gerem, responsabilizando os trabalhadores pela fraca produtividade...
Estas medidas só irão contribuir para o agravar da crise social e das diferenças entre a classe média e a alta, uma vez que não me parece viável que os salários dos gestores, directores e executivos baixem, contribuindo desta forma para o aumento do descontentamento, e acima de tudo a curto prazo, irá virar-se contra o objectivo do aumento da produção e do crescimento económico.
Medidas como esta tratam-se pura e simplesmente de terrorismo social, não fazendo qualquer sentido num Estado dito moderno e liberal, pois retiram direitos que as pessoas foram adquirindo ao longo dos anos (e que não são de todo exagerados). Estas medidas, a serem aplicadas correm o risco de mergulhar o país na mais grave crise económica, financeira e social alguma vez vista e remetem-nos quase para as condições sociais dos primórdios da revolução industrial.
O bom senso diz-nos que se de facto os trabalhadores não são produtivos, também é verdade que os gestores, directores, patrões etc. também o são.
Um trabalhador só produz vinte peças por dia. Será que a máquina com que trabalha está devidamente calibrada? A máquina é moderna ou obsoleta? O operário recebeu a devida formação para operá-la em pleno?
Estes são apenas algumas pequenas questões que podemos colocar do porquê da falta de produtividade.
Num país onde a grande maioria do tecido empresarial ainda não assimilou conceitos básicos de gestão como a qualidade ou a gestão horizontal, culpar os funcionários pela falta de sucesso das empresas é naturalmente o caminho mais fácil.
Factores como a motivação, a formação, etc. são de extrema importância para as empresas, são normalmente factores de diferenciação entre as "boas" e as "más" empresas.
Por exemplo, é desejável que seja sempre ouvida a opinião dos trabalhadores de cada sector em matérias com as quais estão directamente relacionados. Nestes casos o gestor assume que não controla, nem domina todos os aspectos e funções de um determinado processo, devendo por isso ouvir as pessoas que diariamente lidam com esse mesmo processo, conhecendo os problemas podem por isso apresentar algumas sugestões válidas para a sua resolução. Este tipo de gestão irá criar uma sensação de relevo que leva o trabalhador a sentir que o seu contributo é importante para a organização.
A formação é outro aspecto importante, na medida em que não só aumenta o grau de capacidade técnica na execução das tarefas sejam elas quais forem, como de certa forma aumentam a auto-estima do trabalhador contribuindo desta forma para um melhor desempenho.
Todas estas fórmulas (apesar de não serem milagrosas) contribuem e muito para o sucesso de uma empresa, pois ajudam a criar um factor da maior importância, a identificação do trabalhador com a empresa, evitando desta forma o "turn-over" (saída de empregados para outras empresas), o absentismo e o aumento do grau de satisfação do trabalhador, o que leva indirectamente ao aumento da produção.
Ora, sabemos que no nosso tecido empresarial na maioria das vezes nem tão pouco as regras básicas da boa educação, da cortesia e do respeito mútuo são lembradas, em que por vezes um simples "bom dia" parece um sacrifício ou nem sequer existe. Torna desta forma impossível criar uma empatia patrão/empregado tão importante para o sucesso.
Um Estado competente e progressista tentaria começar por aí, sendo certo que não traria resultados imediatos mas apenas a longo prazo, e necessitava da boa vontade de todos nós. Um Estado retrógrado e pobre de espírito como o nosso opta pelo caminho mais fácil que é este que tem vindo a seguir.
Um dia, quando as mentalidades forem diferentes, e patrões e empregados, gestores e operários, governos e população, poderem aceitar a importância e a relevância que cada um deles desempenha em qualquer organização,seja ele gestor ou empregado não qualificado, aí sim, talvez nos deixem trabalhar.

Beijos e abraços

Mário Lima

Friday, June 22, 2007

O aborto da lei.

Segundo anúncio feito ontem pelo Ministro Correia de Campos as mulheres que desejarem interromper a gravidez até às dez semanas estarão isentas do pagamento de taxas moderadoras, por segundo palavras do próprio, serem equiparadas às futuras Mães. Não, não usou o argumento das condições sócio-económicas, ou qualquer outro argumento minimamente válido.
Ainda não consegui perceber se estes Ministros têm algum problema com a língua Portuguesa, se gostam de nos fazerem de parvos ou se por outro lado não o serão eles... Este argumento da isenção de taxas moderadoras por parte de quem opta por interromper a gravidez, ser a mesma coisa que quem opta por levar a gravidez até ao fim (bem, na verdade o aborto sai muito mais barato ao Estado pois, só se faz uma vez, ao passo que as mulheres grávidas têm de andar sempre em consultas, a fazer exames, mais o abono de família, etc.), vem na mesma linha de argumentos descabidos do tipo do deserto da margem Sul do Ministro Mário Lino (de bom só tem o nome), da mão de obra barata em Portugal para Chinês ver do Ministro Manuel Pinho e daquele que é o meu argumento preferido: a explosão das pontes sobre o Tejo por parte da Al-Qaeda para justificar o novo Aeroporto na Ota, Almeida Santos, ex. Presidente da Assembleia da República dixit.
Devo dizer que nada tenho moralmente contra o aborto enquanto acto em si, tenho sim e devo confessá-lo, contra a facilidade com que o acto vai ser praticado a partir de agora.
Seria muito mais desejável ter uma lei que não condenando o aborto o controlasse, não apenas verificando as reais causas da decisão, mas também apresentando alternativas válidas que pudessem evitá-lo. E apenas e só quando verificadas essas condições, aí sim, seria devidamente autorizada e realizada a IVG.
Seria para isso necessária, em primeiro lugar uma clara aposta no planeamento familiar, apoios sérios à família, quer fossem apoios monetários, mas principalmente ao nível dos cuidados de saúde, esses sim, deveriam ser gratuitos quer para a mãe quer para os filhos. Deveria de existir uma clara aposta no incentivo à natalidade e não o inverso.
Num país que vê a sua população a envelhecer de dia para dia, levando a Segurança Social a um esforço cada vez maior para pagar as merecidas reformas a essa mesma população envelhecida, onde a população activa é cada vez menor e sobretudo com uma taxa de natalidade das mais baixas a nível Europeu e a diminuir drasticamente, (ainda bem que por outro lado, e bem, somos o terceiro país da Europa com a taxa de mortalidade infantil mais baixa) medidas como esta afiguram-se não só despropositadas e contraproducentes mas também tremendamente injustas para todos os contribuintes.
A isenção das referidas taxas moderadoras, cheira-me a mais uma idiotice néo-liberal, das muitas que já existem neste cantinho à beira mar "largado".


Mário Lima

Sunday, June 17, 2007

Abrantes

Hoje escolhi falar de outro tema que me é muito querido, a cidade onde vivo, Abrantes.
Depois das principais seguradoras, da Portugal Telecom, da EDP e Regimento de Infantaria 2, a serem verdade as últimas notícias vindas a público, também quase todos serviços existentes no nosso hospital assim como o Tribunal, o GAT e a Zona Agrária parecem também preparar-se para deixar a cidade. Assim, Abrantes corre o sério risco de se tornar uma cidade satélite de outras cidades cidades da região.
A sensação que fica é que parecem estar de certa forma a fazer uma "razia" a todas as valências indispensáveis à manutenção e à fixação de pessoas na cidade.
Sem querer dramatizar, parece que quase querem aniquilar Abrantes.
Enquanto nós, abrantinos ficamos entretidos com obras completamente acessórias como o açude, o campo de basebol, etc. vamos deixando que nos levem o que é realmente importante.
A visita do Primeiro-Ministro José Sócrates no dia de ontem a Abrantes é uma prova disso mesmo. Reuniram-se no "Aquapolis" algumas centenas de pessoas que pretendiam demonstrar o seu descontentamento pelo suposto encerramento do hospital ao Primeiro-Ministro e também ao Edil Abrantin
o. Eu diria que deveríamos todos ter mostrado a nossa indignação não só pelo hospital mas também por todo o resto que já saiu e o que se prevê que ainda venha a sair da cidade. Fiquei também um pouco apreensivo porque considero que dada a gravidade da situação não só o protesto foi tardio como pecou pela escassez de protestos e também de participantes.
Pergunto-me qual será o porquê de ser sempre Abrantes a perder e os outros a ganhar? Quais serão os interesses que se escondem por trás disto? Que faz o executivo camarário para evitar estas situações? Não sabemos. No entanto, sabemos que continuamos a perder qualidade de vida quase de dia para dia. A continuar assim, qualquer dia a única coisa que poderemos fazer na nossa cidade é ir ao supermercado, já agora o meu bem aja para eles que parecem serem os únicos a quererem continuar a investir na cidade e a não terem intenções de nos abandonar.
Termino este "Post" com uma pergunta. Serão os impostos dos Abrantinos menos valiosos que os dos nossos vizinhos?

Beijos e abraços do vosso amigo:

Mário Lima


Saturday, May 26, 2007

Ser Benfiquista...

Muito boa tarde.
Hoje vou falar de um assunto que me é muito querido: o meu Benfica.
Já sabemos que O F. C. Porto é o campeão este ano. Não vou aqui discutir se justo ou injusto.
Terminado o campeonato, verifica-mos que os três primeiros classificados acabaram separados por apenas dois pontos.
Num campeonato tão nivelado como o deste ano, parecem-me injustos os vários comentários dos chamados críticos da bola, que enaltecem o campeonato tanto do Porto como do Sporting e desvalorizam o campeonato realizado pelo Benfica.
É óbvio que o Benfica ficou no chamado último lugar dos primeiros e que nada a não ser o primeiro lugar pode ser considerada uma boa classificação para o maior clube português. No entanto, classificar de desastrosa a época do Benfica é um exagero.
Quando se chega à última jornada com os três primeiros classificados separados por dois pontos apenas e com a possibilidade de qualquer um se sagrar campeão, nem o campeão pode ser absolutamente fantástico nem os outros um absoluto desastre, e foi esta a imagem que passou. Isto não quer dizer que ache que o Benfica merecia ser campeão ou que não tenham sido cometidos erros o longo da época, a realidade é que foram.
Em primeiro lugar devo de dizer que não morro propriamente de amores por Fernando Santos, parece-me um treinador algo "murcho", sem carisma e sem "chama", em alguns momentos pareceu-me algo perdido no banco. Um grande defeito que lhe aponto é o de ser um péssimo gestor de recursos humanos, esse defeito foi particularmente evidente todas as vezes que disse taxativamente que tinha cerca de 13 bons jogadores e que esses eram os melhores. Ora, ao dizer isso estava consequentemente a dizer que os restantes pura e simplesmente não prestavam, desmotivando completamente os outros jogadores que ficaram com a sensação que por melhor que trabalhassem nos treinos nunca conseguiriam jogar. Jogadores esses a que teve necessidade de recorrer no final do campeonato com os resultados que se viram.
Fernando Santos além da clara desmotivação que provocou em meio plantel encarnado com esta atitude conseguiu ainda dar um tiro no próprio pé. Quem escolheu este plantel? Quem dispensou Diego Souza e Kikin Fonseca? Elementos que ficou provado que teriam sido úteis na segunda metade do campeonato, quando a equipa andava presa por arames? Quer contratou Derlei? Um flop... A que se deveu o eclipse de Paulo Jorge, jogador que no início do campeonato na ausência de Simão foi quase sempre um dos melhores elementos da equipa?
Será que alguém que seja coerente pode afirmar categoricamente que jogadores como Manú, Pedro Correia, João Coimbra etc. não são bons jogadores? É certo que sempre que entraram não mostraram grande coisa, mas também é certo que quem entra a cinco minutos do fim além de não ter a motivação devida para jogar, nem o ritmo de jogo necessário à alta competição assim como também não tem tempo para mostrar grande coisa.
A meu ver, Fernando Santos errou quando em determinados jogos em que se encontrava a ganhar por uma diferença de pelo menos dois golos, tendo o jogo perfeitamente controlado, não ter dado minutos a estes jogadores, fazendo por outro lado descansar algumas das peças importantes do seu xadrez que como se pôde ver nas últimas jornadas se encontravam completamente de rastos.
É também verdade que vi o Benfica fazer este ano exibições de grande qualidade como já não me lembrava de à muitos anos a esta parte. No entanto também vi jogos como o penúltimo jogo do campeonato contra o Vit. de Setúbal que foram uma autêntico desastre, jogadores sem ânimo, sem garra e parecendo sem rumo dentro do campo.
Outro factor que na minha perspectiva tem contribuído nos últimos anos para o insucesso do Benfica são as lesões. Sendo certo que em alta competição as lesões acabam por no fundo ser normais, o que já não é normal é os jogadores terem pequenas lesões, andarem a semana toda em dúvida, e chegarem ao fim de semana jogarem e depois pararem durante meses. Esta situação tem sido recorrente nos últimos anos. Parece haver uma pressa excessiva em que os jogadores joguem. O mais absurdo, é serem tantas as situações do género e os responsáveis clínicos ainda não terem aprendido a lição.
E quem são os culpados? Do meu ponto de vista parece-me claro ser o departamento médico o principal responsável. Senão vejamos: O Benfica nos últimos anos tem mudado de treinador, de preparador físico e até de local de treino (pois, a desculpa de andarem a treinar em campos diferentes não se coloca este ano). Qual é o único denominador comum? Claro, o departamento médico.
Outra situação que me preocupa na gestão do plantel é que este ano vamos ficar sem Fabrizio Miccoli cujo passe custa apenas cerca de cinco milhões de euros, e concerteza iremos gastar mais do que isso na contratação de jogadores que não conhecemos de lugar algum e provavelmente de qualidade duvidosa.
Gostava de ver um esforço financeiro para manter o referido jogador. E mais, gostava de ver mais produtos da formação das escolas do Benfica.
Não se compreende como se contratam jogadores tão maus como Beto, Marco Ferreira etc. e não se dá oportunidades aos mais jovens de mostrarem o que valem. Sendo certo que mau por mau, os jovens pelo menos trariam algum dinamismo à equipa e mais, seriam substancialmente mais baratos para os depauperados cofres do clube da Luz.
Outra situação que não se percebe muito bem é a situação de José Veiga, vem não vem... Mas afinal em que é que ficamos?! Essa situação já deveria de estar esclarecida por esta altura, aliás num clube minimamente organizado tal situação nunca se verificaria. Nunca veríamos o treinador dizer taxativamente que estava a preparar a nova época com José Veiga e depois vir o presidente dizer que não. Mas afinal!?
Gostava que para o ano o nosso Presidente tivesse um discurso menos demagógico e mais pragmático. Gostava sinceramente de o ver menos populista e mais realista. Porque sinceramente não são os discursos do Presidente que ganham jogos, é a equipa de futebol. Todos os anos nos dizem que este ano vamos ganhar tudo e depois acabamos sempre por não ganhar nada.
Já era tempo de os órgãos dirigentes do clube pararem para reflectir no que de bom tem sido feito (e sim, têm sido feitas muitas coisas boas) e também no que de mau tem acontecido ao Benfica de forma a não se tornar a repetir.
Termino com um desejo: Espero para o ano estar a "engolir" tudo o que disse aqui de mau sobre o Benfica e estar aqui a festejar o título de campeão nacional.

Mário Lima

Thursday, May 17, 2007

O "tiro" ao funcionário público

Dizer mal da administração pública e dos funcionários públicos em geral tornou-se numa espécie de desporto em Portugal, tipo fazer "tiro" ao funcionário público.
Não há português que ao sair do trabalho, no final do dia quando vai ao café do bairro beber a cervejinha da ordem com os amigos, não deite a sua achega para uma fogueira que já de si arde em lume intenso.
"A função pública isto, os funcionários públicos aquilo, etc". Tornou-se como que uma espécie de passatempo nacional, ver quem consegue dizer pior da administração pública portuguesa.
A única classe que defende os funcionários públicos em Portugal é adivinhem?! Sim, é isso mesmo os próprios funcionários públicos.
Não vou sequer tentar comparar aqui o público com o privado até porque iria estar a falar de uma realidade que desconheço. Nunca fui funcionário público (mas gostava). Sou sim funcionário de uma pequena empresa privada e já trabalhei em várias outras e é essa a realidade que conheço.
Ser aluno do 2º ano do curso de Administração Pública não me faz ter a pretensão de saber como lá se trabalha para julgar.
Mas então porque dizemos tanto mal dos nossos funcionários públicos? A resposta (ou as respostas) parece-me à partida simples. Só nunca ninguém se deu ao trabalho de pensar nela. Não, não vou ser eu o "génio" que descobriu a pólvora, só pretendo dar a minha opinião.
Dizemos mal dos funcionários públicos em primeiro lugar porque podemos optar pelo bar onde vamos à noite beber um copo, mas não podemos escolher os serviços públicos que temos de utilizar, tornando-os assim um alvo fácil.
Dizemos mal da função pública porque pagamos demasiados impostos para sermos tão mal atendidos como de facto acontece na grande maioria das vezes.
Parece-me também que no fundo todos temos alguma inveja de certas regalias que eles têm. Acho incrível, mas no nosso país em tudo se tenta nivelar por baixo, ou seja, se por ventura o meu vizinho do lado tem algo que eu não tenho a minha reacção não é querer ter também, é sim qualquer coisa deste género - se eu não posso ter ele também não. E não estou a falar de carros nem de televisores plasma.
Dito assim, até parece que não existem pessoas com regalias e privilégios em demasia neste país, é um facto que existem. E existem até em demasia, mas elas não estão entre os nossos vizinhos, não comem nos mesmos restaurantes que nós, nem frequentam os mesmos sítios que nós, na verdade por vezes parece que nem saem à rua. Essas regalias pertencem aqueles que nós normalmente nem vemos, naqueles que mandam, nos que estão sempre na "sombra". São aqueles que ano após ano saltam de empresa pública em empresa pública a troco de elevadas indemnizações que todos nós pagamos a troco dos nossos impostos. São aqueles que se reformam aos quarenta anos, com reformas ainda por cima milionárias.
A política em si não dá muito dinheiro o que na realidade dá dinheiro é o que vem a seguir, que é exactamente o que referi anteriormente.
A administração pública em Portugal não me parece ter funcionários a mais. Parece-me sim, ter chefes a mais.
Vão-nos atirando areia para os olhos com as regalias dos pequenos para que não vejamos as muitas regalias dos grandes, e nós, cá vamos nos entretendo a dizer mal dos pequenos.
Parece-me no entanto que os funcionários públicos são em última instância vítimas de si próprios. Enquanto classe são incapazes de admitir as vantagens que apesar de tudo ainda têm (até quando vamos a ver). Ainda não perceberam que a sua permanente vitimização não lhes trás nenhumas vantagens, antes pelo contrário.
Um bom funcionário público tal como o nome indica, é alguém que é suposto trabalhar para todos nós, é alguém que é pago por todos nós, deveriam por isso ter uma certa vocação de serviço público. Esta vocação passa por perder mais tempo a explicar como funciona um requerimento, passa por escrever esse mesmo requerimento a quem não sabe escrever. Passa essencialmente por servir cada pessoa da maneira que ela mais precisa.
O estado, ao pretender gerir de uma forma empresarial algo que nem tão pouco é suposto dar lucro, tem-se demarcado das suas responsabilidades sociais. O mais grave é que nem com este tipo de medidas se consegue conter o tão falado défice.
Está na hora de pensarmos se o motivo pelo qual isso acontece se deve aos funcionários públicos ou por outro lado às políticas completamente disparatadas que os sucessivos governos têm seguido.
Todos os governos quando chegam ao poder, pretendem fazer uma reforma na administração pública tornando-a desta forma, num sector, sem um rumo definido. Não se percebendo muito bem qual é a estratégia que se está a seguir actualmente, muito menos a que se irá seguir no futuro.
As sucessivas reformas têm contribuído para um aumento de instabilidade, para o aumento da carga fiscal, para o aumento da carga burocrática e para o descontentamento geral dos funcionários que estando descontentes não vão melhorar em nada os seus desempenhos profissionais.
Não nos podemos esquecer do congelamento dos ordenados e das progressões das carreiras, matéria que já teve tempo mais do que suficiente para ter sido resolvida a bem da motivação dos quadros da função pública. Os funcionários já deviam de conhecer as regras com que estão a jogar.
Neste momento o Estado já deveria ter criado mecanismos que permitissem poupar e ao mesmo tempo manter as progressões das carreiras e os aumentos salariais. Num país com uma inflação sempre em crescendo como o nosso não é fácil estar tanto tempo sem ser aumentado, em particular quem não ganha tanto como isso. E sim, isto é perfeitamente viável. Basta para isso que não se verifiquem situações de um claro despesismo a que assistimos todos os dias, quer nos telejornais quer quando nos deslocamos um qualquer serviço.
É também muito mau, quando sempre que existe uma crise económica, social e financeira como a que atravessamos neste momento se faz passar a mensagem de que os únicos culpados são os funcionários públicos.
Devíamos todos tentar ter um pouco de bom senso, tanto nas críticas como na defesa da administração pública. Devemos criticar o que está mal e louvar o que está bem (sim, há coisas que estão bem). devemos criticar sem maltratar e defender sem atacar.
Quando falamos mal da função pública devemos lembrar-nos de todas as condicionantes que acima tentei referir. Os funcionários públicos tal como a sua designação indica deviam trabalhar para servir o povo todo de maneira igual sem distinção de credos raças ou estratos sociais. Nunca se deveriam esquecer disso.

Até um próximo "post"

O vosso amigo:
Mário

Saturday, May 12, 2007

Portugal animal

Está aí o sol, e com ele o calor. Estamos todos entusiasmados com as férias que estão aí à porta. Todos, menos os mais de 10.000 cães, gatos e outros animais de companhia que são abandonados todos os anos em Portugal por altura do Verão.
É um número demasiado elevado para não nos dar que pensar.
Pensar... É uma atitude racional que falta a muita gente quando abandona um animal. Animal esse que na sua ingenuidade adorava o seu dono, ficava contente quando este chegava a casa. Coitado...
Uma sociedade que não tem respeito pelos animais, jamais será uma sociedade justa e desenvolvida.
Este vai ser o mais "post" mais curto que vos escrevo. Este é um tema que sei ter muito para dizer, mas por ser um tema que sinceramente me comove e me deixa mesmo muito triste, prefiro não dizer mais nada sob pena de não conseguir escrever nada de jeito.
Termino por pedir que não abandonem os vossos amigos tal como eles nunca vos abandonam.
Quando quiserem ir de férias, existem vários locais onde podem deixá-los por um preço muito acessível. Vão ver quando voltarem que a recepção deles vai valer a pena...

Beijinhos e abraços.

Mário Lima

Sunday, May 6, 2007

Limpar cá, ou limpar lá? Eis a questão.

Nos últimos tempos temos vindo a ser bombardeados, ou melhor metralhados com a ideia de que somos um país de improdutivos e que ganhamos demais para o que produzimos. Há falta de melhor argumento, os pseudo grandes trabalhadores deste país, aqueles que quem os ouvir falar parecem carregar nas suas vergadas e pobres costas o imenso peso de todo o PIB deste cantinho à beira-mar plantado, defendem que "o português não quer é trabalhar", dizem eles que se podem limpar escadas e limpar o lixo no estrangeiro bem o podiam fazer no nosso país, como se o facto de atravessarmos uma fronteira fosse alterar as nossas ambições profissionais ou pessoais, ou nos desse uma predisposição particular para a execução desse tipo de trabalho.
Tenho ouvido este tipo de comentário imensas vezes, este e outros do mesmo calibre. A sensação que me fica ao ouvir este tipo de comentários é de que quem os faz das duas uma, ou pura e simplesmente não pensam ou estão a desdenhar das pessoas que tiveram de deixar as suas famílias para irem em busca de algo melhor.
É um facto que a grande maioria das pessoas que se sujeitariam a limpar o lixo num país estrangeiro muito provavelmente não o fariam em Portugal. No entanto como em tudo na vida existem diversos factores que logo à partida podem do meu ponto de vista justificar esse facto.
Abraham Maslow um psicólogo Norte Americano (o pai era Russo, daí o nome Maslow), que estudou a motivação do ser humano nas sociedades contemporâneas, desenvolveu uma pequena e simples teoria para explicar as razões da motivação pessoal, segundo a qual as necessidades humanas estão dispostas e organizadas em níveis hierarquizados de uma forma piramidal. esta teoria chama-se pirâmide das necessidades de Maslow e reza qualquer coisa deste género: na base da pirâmide temos as necessidades fisiológicas, depois, as necessidades de segurança, seguem-se as necessidades sociais e finalmente no topo da pirâmide as necessidades de auto-estima (não, não me estou a querer armar em intelectual, estudei isto numa cadeira este ano e achei super interessante, ok, a parte das necessidades fisiológicas era desnecessária...).
Ufa, já podem respirar desta minha tortuosa divagação académica.
O porquê de as mesmas pessoas que se recusam a fazer determinados trabalhos cá, aceitarem de bom grado fazê-los no estrangeiro é o facto de neste país, se trabalharmos como limpa chaminés por exemplo, nos garantir apenas a base da pirâmide, ou seja, as necessidade fisiológicas. Todas as outras são como que esquecidas quer pelas entidades patronais, quer pelos sucessivos governos que encaram os empregados das profissões consideradas mais baixas quase como sub-humanos, que não merecem sequer um olhar da sua parte, mas o pior na minha opinião é a população em geral também as esquecer. Todos nós enquanto seres pensantes já devíamos ter percebido que todos os seres humanos têm necessidades que são básicas e inerentes à sua condição de homens. Todos os seres humanos têm o direito ao respeito social e à auto-estima e não é preciso conhecer uma teoria desenvolvida em meados do século passado por um qualquer psicólogo.
O que é para mim mais grave é que qualquer licenciado na área da gestão estudou e conhece esta teoria mas quando chega ao mercado de trabalho opta por ignorá-la.
Uma sociedade civilizada, respeita todas as profissões, uma sociedade civilizada tem consideração por todas as classes sociais, por todas as pessoas, sejam elas ricas ou pobres, doutores ou analfabetos.
Com isto quero dizer que uma pessoa que retire os contentores do lixo numa cidade do norte da Europa, por exemplo, não só vê reconhecida a utilidade do seu trabalho através de um ordenado razoável, mas acima de tudo é encarada pelo resto da sociedade como um ou uma "igual", com direitos e deveres tal qual os dos outros.
Infelizmente, se pusermos a mão na consciência vemos que na realidade não é isso que se passa em Portugal (já repararam na diferença de tratamento quando estamos numa fila de um qualquer serviço público ou privado e à nossa frente está uma pessoa de uma classe social aparentemente baixa e um Sr. de fato e gravata?), se ainda não repararam tentem de futuro reparar, infelizmente vão ter muitas oportunidades de o fazer.
Esta diferença de atitudes é visivel em coisas tão simples, como por exemplo, quando falamos de alguém que é varredor de ruas por vezes nem nos dignamos a dizer o nome da pessoa, referimos-nos à pessoa como o varredor do lixo.
Se vamos para o estrangeiro executar este tipo de trabalhos vamos em busca de melhores condições de vida, de um maior respeito, maior estabilidade e maior reconhecimento que a sociedade em Portugal ainda não consegue proporcionar. É natural que nestas condições se faça lá fora o que muitas vezes não se quer fazer cá dentro.
Vamos para fora em busca de sermos reconhecidos pelo que valemos enquanto seres humanos e não pela profissão ou pelo dinheiro que temos, vamos à procura do respeito que podemos e devemos ter enquanto pessoas. Esperamos que pelo menos lá fora e apesar da dificuldade que os estrangeiros têm com a nossa língua, sermos conhecidos pelos nossos nomes...

Até um próximo "post"
Beijos e abraços

Mário Lima

Thursday, May 3, 2007

Novas oportunidades.

A delícia do absurdo de hoje é o chamado programa novas oportunidades, mais concretamente a odiosa publicidade que lhe dá visibilidade, criado como sendo um autêntico poço de virtudes, ameaça por esta altura tornar-se num perigoso desagregador das classes mais baixas.
Se por um lado é de louvar um programa que tem os seguintes objectivos: «fazer do 12º ano o referencial mínimo de formação para todos os jovens; colocar metade dos jovens do ensino secundário em cursos tecnológicos e profissionais» e ainda «qualificar um milhão de activos até 2010» o que são à partida objectivos correctos, por outro lado quem vê a coisa com um pouco de mais de atenção não pode deixar de questionar a forma como se pretendem atingir esses objectivos.
Não posso deixar de dizer o quão "chocado"
fiquei quando vi o Prof. Carlos Queiroz (claro que não fiquei chocado por ser ele) a aparar a relva de Old Trafford com um ar mais triste que a noite e a dizer qualquer coisa do género "até gosto do meu trabalho, permite-me estar em contacto com a minha paixão, mas ganha-se mal. Se ao menos tivesse estudado..."
Lembro-me da primeira vez que vi o dito anúncio ter pensado "eh pá, o que estará nesta altura a pensar o Sr. que corta a relva da nossa bem amada "Catedral"!? Bem, deve de se estar a sentir um coitadinho. É claro que o Sr. da relva não tem nada que se sentir um coitadinho, até porque provavelmente até terá estudado mais do que as estrelas de futebol que utilizam a relva por si aparada, e que apenas são socialmente bem vistas pelo facto de terem dinheiro.
O que a lamentável campanha está dizer ao Sr. da relva, é, tal qual como a professora faz ao menino que se porta mal, também o Sr. da relva como não estudou está de "castigo" a cortar a relva. Não importa se depois de concluídos os estudos e se começar a portar bem ele até vai voltar a aparar a relva. O que os iluminados que criaram a dita "aberração" se esqueceram, é que para se tratar da relva de um estádio de futebol, é necessário muito mais do que força física, é necessária muita experiência e muito conhecimento. Este é um trabalho normalmente desempenhado por pessoas altamente qualificadas e ao que julgo saber razoavelmente bem pagas.
Fico muito triste por viver num país em que para se ser respeitado socialmente é necessário ser-se tratado por Sr. Doutor ou por Sr. Engenheiro.
Fico triste por viver num país que ainda não percebeu que a nossa sobrevivência enquanto seres humanos não depende apenas das pessoas que ocupam os altos cargos quer na administração pública quer nos grandes grupos privados.
A sociedade depende isso sim de um todo, um conjunto de pessoas e de profissões que à partida podem parecer completamente dispares mas que mais cedo ou mais tarde acabam por se cruzar e complementar. Assim sendo nunca uma profissão deveria de ser considerada baixa.
Um médico só existe porque em tempos existiu um grupo de pedreiros que construiu a universidade onde estudou (não estou a ver uma qualquer faculdade a funcionar em tendas, muito menos uma de medicina).
Infelizmente a situação retratada no citado anúncio é a mais pura das verdades, e no fundo até fica bem assumi-la, no entanto não me parece nada justo quem tanto estudou não seria capaz de criar uma forma mais apelativa para incentivar os jovens a estudar?
Em suma, a ideia parece-me à partida boa e até de louvar, no entanto a maneira de atingir os seus fins é na minha opinião lamentável.
Pergunto-me, em 2010 quem irá cortar a relva da "Catedral"? Será alguém chamado Yuri? Talvez. Uma coisa tenho a certeza, seja quem for, infelizmente continuará a não ser visto na nossa sociedade com o valor que lhe é devido.
Espero sinceramente estar enganado.

Até à próxima.

Beijos e abraços

Mário Lima

Tuesday, May 1, 2007

O ínicio...

Este vai ser o primeiro dos que espero sejam muitos "posts" no futuro.
Esta era uma ideia que andava a amadurecer no meu íntimo à já algum tempo. Como todos os meus amigos sabem não sou um grande seguidor das chamadas modas, aliás, reconheço que até levo bastante tempo a aderir a algumas, e a outras feliz ou infelizmente nunca chego sequer a aderir. Ora, como toda a gente tem um blog, por vezes pensava para comigo: «mas para que raio vais tu fazer um "blog"? Achas que ainda consegues fazer algo de novo, de diferente?» Obviamente que a resposta a esta minha pergunta foi um redondo NÃO!! No entanto, bem ou mal, vou fazer uma coisa que seja minha, com o que penso, com a minha maneira de ver e de dizer as coisas, isso só por si acho que faz valer a pena. Além disso como adoro ler e há quem diga que tenho algum jeito para escrever apesar de quase não utilizar parágrafos (como aliás já devem de ter reparado), achei que por isso faria sentido fazê-lo, mesmo não concordando lá muito com as pessoas que dizem que tenho algum jeito para escrever, isto sem a mínima falsa modéstia.
Bem, mas chega de motivos e explicações, porque quem está a ler já deve estar a perguntar: «mas este gajo afinal vai falar de quê?!». Bem, a resposta é: de tudo e ao mesmo tempo de nada. De tudo o que não faz sentido e é absurdo, de tudo o que por outro lado faz sentido e é delicioso... Ao mesmo tempo vou falar de nada, de nada de importante, de nada bonito, e de todos os nadas que cada um achar que o que eu digo é igual a... nada. Se quiserem descobrir «A delicia do absurdo», acompanhem esta minha nova aventura e não deixem de comentar quer gostem quer não.

Beijos e abraços deste vosso amigo:

Mário Lima